inércia
se eu pudesse
manteria o ar quente
estacionado para sempre
nos pulmões
inerte
enquanto vejo desfilar
glóbulos vermelhos
em rostos desconhecidos
seguro
não tomaria partidos
não sairia às ruas
torceria silenciosamente
por um bom número de plaquetas
enquanto o mundo deretesse
ou um pássaro cantasse
dolorosamente
um sopro