meditação
de vez em quando, me deixo absorver pela escuridão
ela não é fria, ou morna,
ou assustadora
toco meu rosto, meu peito, com a ponta dos dedos,
livre de qualquer julgamento ou consciência
não sou mais um animal,
nem sofro ou sorrio ao ver as memórias
que desfilam, sem ordem e contexto,
sem pretensa de verdade
não sou liberto nem presidiário
não sou problema ou solução
até o momento em que involuntariamente
parte de mim tateia a luz remanescente
a humanidade e o clarão
a nova, a refeita, realidade