perdido entre vênus e marte
abraçado ao vazio e a sua imensidão
tenho dificuldades de sentir meus pés na terra
ela é árida demais
de sentimento
ela é úmida demais
de tesão e castidade
no mundo em que estou, nesse, dos outros,
nada me apetece
nem vênus
nem marte
mesmo assim eu
sinto fome
de carne fresca
de suores noturnos
meu corpo não consegue conceber
a eternidade do espaço
e não se conforma com sua prisão
entre duas tão diferentes órbitas