Prayer to Python
Programmed serpent
tell me how to
compile my dreams
In a few
Bro
ken
lines
let me taste
your poison
And see if
It really has
Antidote.
#[S.R. ~ D.A.]
#Compiled Poetry
Programmed serpent
tell me how to
compile my dreams
In a few
Bro
ken
lines
let me taste
your poison
And see if
It really has
Antidote.
#[S.R. ~ D.A.]
#Compiled Poetry
minha carcaça é quente
como a de vocês
a explicação pro suor dessa cidade
pro calor da sua voz
pra frieza do meu coração.
me vulgarizo com uma facilidade irremediável.
faz pouco tempo que olho pra trás
e me vejo livre
a liberdade plena e corruptora
a liberdade que permite que eu me dê pesadelos
que eu orquestre o presente com o único intuito de que ele se torne passado
que eu esqueça desse alguém
- capitão? co-piloto? computador de bordo? -
que vive por mim
esse cientista
que vive por mim
a liberdade que não me abraça para não me prender.
amarro minhas mãos
e me jogo
ao precipício
acordei para esquecer as palavras que queria vir a lembrar mais tarde, ao encarar esta página em branco.
hoje acordei com um texto lindo na cabeça. um texto para lembrar de minha avó. para despertar.
O céu de Belém se cobre de nuvens que desabam metodicamente todos os dias. Pós almoço e antes do sol se ir. “É sagrado”, repetem as senhorinhas que me enchem de bolo de tapioca e suco de cupuaçu. Arma-se sem ruídos, discreta. Aos desavisados, vem de surpresa. Aos locais, de alívio. “Nada mudou por aqui, mas também, o que muda?”. Alguns reclamos, tal como são condizentes da rotina, mas aí dela se não viesse. Aí de tudo que não queremos não acontecesse. Sobre o que escrevia, sobre o que eu derramaria minha chuva?
(...)
Minhas nuvens percorrem distâncias e tentam voltar para este lugar que aprendi a chamar de casa. Por ai, onde um ama e outro odeia. Nesta cidade que leva ‘garoa’ em seu apelido e está seca, de todas as maneiras. Penso no que me espera. Penso no que poderia acontecer se não voltasse. É do meu sangue cigano. A insistência da partida, o ódio pelas despedidas. "E se, e se...?" O telefone brilha constantemente cheio de palavras que não quero ler. De um e de outro. Olho a janela desse quarto de hotel que compartilho com fantasmas. Sinto como se minha pele jamais fosse secar aqui. Torço pra que não aconteça. Por via das dúvidas, lá estou eu, pós almoço e antes do sol se ir, roubando a água de Belém e carregando dentro de mim. Na esperança de descarregá-la aonde mais se precisa. Em um, para que tudo mude. E em outro, pra que nada mude.